NOTICIAS DO MCC



Carta MCC Brasil – Março 2016 (199ª.)

“Este é o dia que o Senhor fez para nós: exultemos e nele nos alegremos”!
Sl 118 (117) (24).
Caríssimos leitores e leitoras, companheiros e companheiras de peregrinação pelo caminho aberto por Jesus que, pela sua ressurreição, prenúncio também da nossa, nos leva ao terno abraço do Pai,
Escrevo-lhes no início de março, o Mês da ressurreição do Senhor Jesus, celebrada, neste ano, no domingo, dia 27. Até lá, estamos percorrendo o caminho da Quaresma do Ano Santo da Misericórdia, a tempo, portanto, de reafirmar nossos compromissos com as obras de misericórdia sobre as quais vem insistindo o papa Francisco, sobretudo na Bula que institui este Ano Santo. Ou, então, ainda a tempo de abandonar atalhos e desvios pelos quais tenhamos, talvez inadvertidamente, enveredado. Proponho, então que iniciemos nossas reflexões ainda sobre a Quaresma para, em seguida, em outros dois momentos, mergulharmos na celebração da Vida, isto é, na Páscoa da Ressurreição.

1. Quaresma do Ano Santo da Misericórdia. Leiamos com atenção as palavras do Papa Francisco na Bula sobre o Ano Santo da Misericórdia (MV), ao referir-se à Quaresma deste ano: “A Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus. Quantas páginas da Sagrada Escritura se podem meditar, nas semanas da Quaresma, para redescobrir o rosto misericordioso do Pai! Com as palavras do profeta Miqueias, podemos também nós repetir: Vós, Senhor, sois um Deus que tira a iniquidade e perdoa o pecado, que não Se obstina na ira mas Se compraz em usar de misericórdia. Vós, Senhor, voltareis para nós e tereis compaixão do vosso povo. Apagareis as nossas iniquidades e lançareis ao fundo do mar todos os nossos pecados (cf. 7, 18-19). (MV 17). Essas palavras, sobretudo a citação do profeta Miquéias, poderão nos ajudar em nossa preparação para a Páscoa.
          No mesmo parágrafo, nós, católicos, somos convocados pelo nosso papa para uma iniciativa que ele chama de “24 horas para o Senhor”: “A iniciativa “24 horas para o Senhor”, que será celebrada na sexta-feira e no sábado anteriores ao IV Domingo da Quaresma, deve ser incrementada nas dioceses. Há muitas pessoas – e, em grande número, jovens – que estão a aproximar-se do sacramento da Reconciliação e que frequentemente, nesta experiência, reencontram o caminho para voltar ao Senhor, viver um momento de intensa oração e redescobrir o sentido da sua vida. Com convicção, ponhamos novamente no centro o sacramento da Reconciliação, porque permite tocar sensivelmente a grandeza da misericórdia. Será, para cada penitente, fonte de verdadeira paz interior”. 
          Por oportuno, lembro a conveniência de procurar na sua paróquia ou diocese, na sua comunidade ou Movimento, que iniciativas serão tomadas nos próximos dias 4 e 5 de março para proporcionar a todos uma viva participação nessa providencial inciativa.
2. Páscoa é Ressurreição, promessa de Vida nova. Durante toda a sua vida, Jesus não se cansa de anunciar sua morte e ressurreição. Por isso, a ressurreição de Jesus é o mistério central da nossa fé. E, quase como uma conclusão dessa sua insistência, promete a ressurreição e a vida para os seus seguidores: “Eu sou a ressureição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais” (Jo 11,25-26). Conscientes de nossas humanas limitações e cercados que somos por tantos sinais de morte – violência, injustiças, ódios, vinganças, falta de perdão, incompreensões, etc. – nem sempre é fácil para nós crer naquela vida nova prometida por Jesus aos seus seguidores. Contudo, na palavra de Jesus está a certeza de nossa própria ressurreição, isto é, de uma VIDA NOVA.
3. Páscoa é Vida nova, mãe da esperança. “Jesus falou ainda: ‘Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não caminha nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8,12). Aquela certeza, alimentada pela nossa perseverança em peregrinar no caminho aberto por Jesus, alimenta ou deveria alimentar no coração e na vida de cada peregrino, uma ESPERANÇA entre tantas trevas e escuridões da vida presente. “Tendo a luz da vida”, como nos diz Jesus, a luz de uma vida nova, aquela esperança transforma-se numa certeza da mais profunda aspiração do ser humano: chegar à PLENITUDE. Plenitude agora, no tempo presente, superando todos os obstáculos próprios de nossas limitações e plenitude no final de nossa existência, quando do tão ansiado e esperado encontro com o abraço de ternura e misericórdia do Pai eterno!
            Ao fazer referência à esperança que deve alimentar a vida de um(a) seguidor(a) de Jesus, não resisto à tentação de citar algumas das palavras inspiradas do Papa Francisco na “Alegria do Evangelho” (EG).  Sirvam elas como profunda reflexão também para seu grupo tanto para este período de preparação para a ´Páscoa como para toda a nossa vida. Ao referir-se ao fenômeno que ele chama de “desertificação espiritual”, ou seja, da construção de uma sociedade sem Deus, somos convidados à esperança: “Mas, é precisamente a partir da experiência deste deserto, deste vazio, que podemos redescobrir a alegria de crer, a sua importância vital para nós, homens e mulheres. No deserto, é possível redescobrir o valor daquilo que é essencial para a vida; assim sendo, no mundo de hoje, há inúmeros sinais da sede de Deus, do sentido último da vida, ainda que muitas vezes expressos implícita ou negativamente. E, no deserto, existe sobretudo a necessidade de pessoas de fé que, com suas próprias vidas, indiquem o caminho para a Terra Prometida, mantendo assim viva a esperança”.  Em todo o caso, lá somos chamados a ser pessoas-cântaro para dar de beber aos outros. Às vezes o cântaro transforma-se numa pesada cruz, mas foi precisamente na Cruz que o Senhor, trespassado, Se nos entregou como fonte de água viva. Não deixemos que nos roubem a esperança!” (EG 86).           
Conclusão. Depois destas considerações, podemos concluir que não é o Natal, como geralmente se pensa, a celebração mais importante para a Igreja. Para os seguidores de Jesus, é, sim, a Páscoa da ressurreição a celebração mais importante, mais alegre e mais esperançosa. Enquanto lá se celebra um nascimento, um início de caminhada divino-humana, aqui se completa a realização das promessas salvadoras de Deus ao seu povo. Páscoa da Ressurreição: “Este é o dia que o Senhor fez para nós: exultemos e nele nos alegremos”!) Sl 118 (117) (24).
Essas são palavras de Jesus quando, aos seus discípulos, anuncia em parábolas a sua segunda vinda. Mas, também, a cada ano, ao se aproximarem as celebrações da Páscoa – neste ano dia 27 de março -, o tempo quaresmal constitui, de certa forma, uma preparação para no anúncio jubiloso da sua Ressurreição e da nossa libertação da escravidão do pecado e, consequentemente, da morte. E, neste ano, tanto uma vivência consciente da quaresma quanto as celebrações pascais deverão estar impregnadas pelo espírito do Ano Santo da Misericórdia.
É neste espírito e desde íntimo do meu coração sacerdotal – repetindo com vigor e entusiasmo as palavras do papa Francisco:“Não deixemos que nos roubem a esperança” que a todos os meus caríssimos leitores e leitoras desejo um comprometido final de Quaresma no seguimento do caminho aberto por Jesus que, na certeza da fé, a todos há de levar à Páscoa da Ressurreição, agora na liturgia, a, amanhã, no terno e eterno abraço do Pai!
Pe. José Gilberto BERALDO
Equipe sacerdotal do GEN
Grupo Executivo Nacional do MCC do Brasil 




NOTA EXPLICATIVA DE DOM MARCO EUGÊNIO,
BISPO DE ESTÂNCIA-SE, AO POVO DE DEUS

Tendo em vista a confusão causada no povo de Deus no ano que findou, e para clarear os fatos com as motivações concretas das ações tomadas, venho dizer o que segue sobre alguns pontos de publicações feitas naquele período.
No caso de Rafael dos Santos:
Denúncias graves sobre seu relacionamento com “afilhados”, menores de idade, chegaram a mim e não foram negadas por ele quando questionado. Tendo sido afastado, seguiram-se outras denúncias da mesma natureza aqui em Estância (vizinhos, colegas e conhecidos) e em Boquim.
Diante dos fatos, não contestados por Rafael e diante da ordem do Papa, Beato João Paulo II, aos bispos dos Estados Unidos: “Na Igreja não existe espaço para este comportamento”, comuniquei-lhe que, por prudência, seria suspensa “sine die” a sua ordenação até que fosse feita a apuração objetiva dos fatos e se comprovada isso inviabilizaria a sua ordenação sacerdotal.
Quanto ao Pe. José Ribeiro da Costa
Tendo recebido denúncia grave sobre sua conduta moral e reconhecendo, como reza o Direito Canônico, que tal delito não poderia ser julgado pelo Bispo Diocesano (Cân. 983 § 1 e 2 e Cân. 984), mas que se tratava de matéria reservada à Congregação para a Doutrina da Fé, remeti a documentação a quem de direito sob a orientação da Nunciatura Apostólica.
Um padre, amigo dele, membro do Conselho Presbiteral, sob consenso nosso, foi ao referido padre e o advertiu sobre a gravidade da situação. Só então o Pe. Ribeiro procurou o Bispo para apresentar a sua Carta de Renúncia à Paróquia, onde diz, após fundamentar-se no Direito Canônico, textualmente: “depois de ponderar todas as coisas diante do Senhor, Sumo e Eterno Sacerdote, pelo bem dos fieis da Paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe, em sinal de profunda contrição, livre e espontaneamente; 
RENÚNCIA
Ao ofício eclesiástico de Pároco de Nossa Senhora da Guadalupe, na cidade de Estância – Sergipe, apresentando, como causa justa e proporcionada, quanto segue: necessidade de um tratamento adequado para melhor desempenhar o seu múnus de pároco” (seguem data e assinatura).
Tal ato não o isentou da investigação dos fatos. O Juiz Eclesiástico instalou o Tribunal, de forma discreta, para averiguar as denúncias, ouvindo o padre investigado, as vítimas e testemunhas.
Os Autos deste processo estão sendo levados pelo Bispo à Nunciatura Apostólica. O padre nada contestou das denúncias e houve depoentes de Estância, Lagarto, Poço Verde, Tomar do Geru, Aracaju e Umbaúba.
Note-se ainda, que, procurando desviar a atenção da verdade, alegou o padre que fora demitido pelo Bispo por causa da compra de um carro de luxo (quando na verdade renunciou pelas denúncias de sua conduta moral) e que ele havia pedido ao Bispo para trocar o carro por uma caminhonete, mas não um carro de luxo. Ele não dissera que sairia de um “Gol” para uma “Hillux”. Contudo, mais desagradável ainda, foi constatar que este carro de luxo, comprado com o dinheiro da Paróquia, estava registrado em seu nome pessoal, e sem apresentar nota fiscal.
Diante de tais fatos houve reações de alguns padres, o que exigiu uma atitude da Igreja em defesa da verdade. Assim nos ensina a Palavra de Deus:
“Ai daquele que chama de bem o mal ou de mal o bem” (Is 5,20);
“Os lábios do sacerdote devem guardar os mandamentos de Deus e de sua boca se espera o ensinamento seguro” (Ml 2,7);
“Deus não trata o culpado como se fosse inocente” (Nm 14,18).
Portanto, qualquer atentado contra a vida, contra a castidade, contra a dignidade humana, jamais pode ser defendida por um padre, mesmo que se trate de um amigo ou parente. A cumplicidade no erro não é caridade, e o Papa Bento XVI, na Exortação sobre a Palavra de Deus nos diz que é erro grave se usar da Sagrada Escritura para justificar os erros humanos. Com o Bemaventurado João Paulo II, rezemos: “Senhor, que ao invocarmos o vosso nome não justifiquemos os nossos devaneios”.
Ainda queria me referir ao problema que tivemos quanto às contas bancárias que havia em nome da Diocese e não assinadas pelo seu representante legal, sem procuração do mesmo, e sem prestação dos gastos das contas. Resolver isto não é “receber um brinquedo”, mas uma responsabilidade, para que não venhamos a nos servir da Igreja, mas a servi-la.
Para concluir, gostaria de lembrar que todos estes processos deveriam correr em segredo canônico de justiça para não comprometer a vida de pessoas (Cân. 1572). Não é caridade satisfazer curiosidades. Teria sido mais maduro evangelicamente o silêncio sobre os fatos, o que creio que deve envergonhar os que assim não agiram. Que Deus tenha misericórdia de todos e acolhamos o ensinamento de São Martinho I, Papa: “Não acusar o pecado já é cometê-lo. Defender o pecador é ser o seu cúmplice. Defender o erro é pior que praticá-lo”.
                                                       Cúria Diocesana, 04 de janeiro de 2012
Dom Marco Eugênio Galrão Leite de Almeida
Bispo da Estância-SE

“Redescobrir a alegria de crer”, diz Bento XVI na abertura do Ano da Fé

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Na manhã desta quinta-feira, 11 de outubro, o papa Bento XVI presidiu a missa de abertura do Ano da Fé. Cinquenta anos depois da abertura do Concílio Vaticano II, a praça de São Pedro recebeu milhares de fiéis do mundo todo.

A celebração também recordou que há 50 anos começava o Concílio Vaticano II. “Eu já estava no seminário na época. E hoje eu estava na mesma Praça São Pedro, no Vaticano, com uma multidão, sob um sol de lascar, para a celebrar a data e o início do Ano da Fé”, testemunhou padre Maurício Brandolize, brasileiro que atua em Goiás e que participou da cerimônia.

Bento XVI presidu a Missa com um total de 400 concelebrantes: 80 cardeais, 14 padres conciliares, 8 patriarcas de Igrejas orientais, 191 arcebispos e bispos sinodais e 104 Presidentes de Conferências Episcopais de todo o mundo. Estavam também presentes na Praça São Pedro Bartolomeu I, Patriarca Ecumênico de Constantinopla, e o Primaz da Comunhão Anglicana, Rowan Williams.

O Papa iniciou sua homilia explicando que a celebração desta manhã foi enriquecida com alguns sinais específicos: a procissão inicial, recordando a memorável entrada solene dos padres conciliares na Basílica de São Pedro; a entronização do Evangeliário, cópia do utilizado durante o Concílio; e a entrega, no final da celebração, das sete mensagens finais do Concílio e do Catecismo da Igreja Católica.

Bento XVI disse que o Ano da fé tem uma relação coerente com todo o caminho da Igreja ao longo dos últimos 50 anos: desde o Concílio, passando pelo Magistério do Servo de Deus Paulo VI, que proclamou um “Ano da Fé”, em 1967, até chegar ao o Grande Jubileu do ano 2000, com o qual o Bem-Aventurado João Paulo II propôs novamente a toda a humanidade Jesus Cristo como único Salvador, ontem, hoje e sempre.

Lembrando aquele dia, Bento XVI evocou o Bem-Aventurado João XXIII no Discurso de Abertura do Concílio Vaticano II, quando apresentou sua finalidade principal: “que o depósito sagrado da doutrina cristã fosse guardado e ensinado de forma mais eficaz”. Papa Ratzinger revelou aos presentes o que experimentou: “uma tensão emocionante em relação à tarefa de fazer resplandecer a verdade e a beleza da fé no nosso tempo, sem sacrificá-la frente às exigências do presente, nem mantê-la presa ao passado”.

Para o Papa, o mais importante, especialmente numa ocasião tão significativa como a atual, é reavivar na Igreja “aquela mesma tensão positiva, aquele desejo ardente de anunciar novamente Cristo ao homem contemporâneo, sempre apoiado na base concreta e precisa, que são os documentos do Concílio Vaticano II”.

“A referência aos documentos protege dos extremos tanto de nostalgias anacrônicas como de avanços excessivos, permitindo captar a novidade na continuidade. O Concílio não excogitou nada de novo em matéria de fé, nem quis substituir aquilo que existia antes. Pelo contrário, preocupou-se em fazer com que a mesma fé continue a ser vivida no presente, continue a ser uma fé viva em um mundo em mudança”.

De fato – prosseguiu o Pontífice – “os Padres conciliares quiseram abrir-se com confiança ao diálogo com o mundo moderno justamente porque eles estavam seguros da sua fé, da rocha firme em que se apoiavam. Contudo, nos anos seguintes, muitos acolheram acriticamente a mentalidade dominante, questionando os próprios fundamentos do ‘depositum fidei’ a qual infelizmente já não consideravam como própria diante daquilo que tinham por verdade”.

Portanto, “se a Igreja hoje propõe um novo Ano da Fé e a nova evangelização, não é para prestar honras, mas porque é necessário, mais ainda do que há 50 anos!” – exclamou. “Nas últimas décadas, observamos o avanço de uma “desertificação” espiritual, mas, no entanto, é precisamente a partir da experiência deste vazio que podemos redescobrir a alegria de crer, a sua importância vital para nós homens e mulheres. E no deserto existe, sobretudo, necessidade de pessoas de fé que, com suas próprias vidas, indiquem o caminho para a Terra Prometida, mantendo assim viva a esperança. A fé vivida abre o coração à Graça de Deus, que liberta do pessimismo”.

Este, portanto – concluiu Bento XVI – é o modo como podemos representar este ano da Fé: “uma peregrinação nos desertos do mundo contemporâneo, em que se deve levar apenas o que é essencial: nem cajado, nem sacola, nem pão, nem dinheiro, nem duas túnicas – como o Senhor exorta aos Apóstolos ao enviá-los em missão – mas sim o Evangelho e a fé da Igreja, dos quais os documentos do Concílio Vaticano II são uma expressão luminosa, assim como o Catecismo da Igreja Católica, publicado há 20 anos”.

Por fim, o Papa recordou que no dia 11 de outubro de 1962, celebrava-se a festa de Santa Maria, Mãe de Deus. “Que a Virgem Maria brilhe sempre qual estrela no caminho da nova evangelização. Que Ela nos ajude a pôr em prática a exortação do Apóstolo Paulo: ‘A palavra de Cristo, em toda a sua riqueza, habite em vós. Ensinai e admoestai-vos uns aos outros, com toda a sabedoria… Tudo o que fizerdes, em palavras ou obras, seja feito em nome do Senhor Jesus. Por meio dele dai graças a Deus Pai’

O conteúdo do novo livro do Papa

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papabentoxvinainglaterra2É verdade o que foi dito? E se refere precisamente a mim? E se diz respeito a mim, de que modo?: são as questões com as quais Bento XVI convida o leitor a ler o seu novo livro “Infância de Jesus”, terceiro volume da Trilogia sobre Jesus de Nazaré, uma análise dos textos dos Evangelhos que na Itália será publicado antes do Natal, em co-edição com a Livraria Editora Vaticana.
O editor, Rizzoli, destacou alguns conteúdos por ocasião da apresentação do livro do Papa na Buchmesse de Frankfurt, enquanto estão em andamento negociações com editoras de 32 países para as traduções do original em alemão em 20 línguas.
Uma “porta de entrada” aos dois precedentes livros sobre a figura e sobre a mensagem de Jesus. Assim o Papa define no prólogo o seu livro. Bento XVI explica ter desejado interpretar o que Mateus e Lucas contam sobre a infância de Jesus no início dos seus Evangelhos. Uma interpretação que parte de duas perguntas: a primeira sobre o significado da mensagem dos dois autores no momento histórico, a componente histórica da exegese.
Em seguida, destaca o Papa, a segunda pergunta, do “verdadeiro exegeta”: “é verdade o que foi dito? E se refere precisamente a mim? E se diz respeito a mim, de que modo? Diante do texto bíblico, cujo último e profundo autor é Deus mesmo, explica Bento XVI, a pergunta sobre a relação do passado com o presente faz parte da nossa interpretação.
Nas páginas fornecidas em antecipação, o Papa escreve que “Jesus nasceu em uma época determinável com precisão, não nasceu e apareceu em público no imprecisado ‘era uma vez’ do mito. Ele pertence a um tempo exatamente datável e a um ambiente geográfico exatamente indicados: o universal e o concreto se tocam reciprocamente”.
Sucessivamente, se lê que “Maria envolveu o menino em faixas”: esta imagem, afirma Bento XVI, é “uma referência antecipada à hora da sua morte. Ele é desde o início o Imolado”.
O Papa, partindo depois da interpretação de Santo Agostinho da manjedoura, escreve que ela “é o lugar onde os animais encontram o seu alimento”, mas é também onde se encontra “Aquele que indicou si mesmo como o verdadeiro pão descido do céu, o verdadeiro alimento do qual o homem tem necessidade para o seu ser pessoa humana”.
Eis então que “a manjedoura torna-se uma referência à mesa de Deus, à qual o homem é convidado, para receber o pão de Deus. Na pobreza do nascimento de Jesus se delineia a grande realidade, na qual se atua de modo misterioso a redenção dos homens

Depois de dois meses, Papa retorna à Praça São Pedro

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papa-bento-xvi_para_o_povoLiturgia, escola de oração: este foi o tema da catequese de Bento XVI, proferida diante de 25 mil fiéis na Praça São Pedro, na manhã desta 4ª feira. “É o próprio Senhor que nos ensina a rezar” – afirmou o Pontífice.
O Papa disse que “na realidade, somente em Cristo o homem é capaz de se unir a Deus com a profundidade e a intimidade que um filho tem com seu pai. E explicou que “para aprender a viver com mais intensidade a relação pessoal com Deus Uno e Trino, aprendemos a invocar o Espírito Santo, primeiro dom do Ressuscitado aos que creem”. “Na leitura e na meditação das Escrituras, o Espírito Santo nos ensina a rezar”, completou.
A ideia central expressa pelo Pontífice é que existe outra fonte para crescer na oração, estritamente relacionada à precedente: a Liturgia, âmbito privilegiado em que Deus fala com cada um de nós e aguarda nossas respostas.
Mas o que é a Liturgia? Segundo a tradição cristã – como indicado no Catecismo da Igreja Católica – significa a participação do Povo de Deus na obra de Deus. E de que obra de Deus somos chamados a participar? O Concílio Vaticano indica duas respostas: a primeira são as ações históricas que nos salvam, culminadas na Morte e Ressurreição de Jesus Cristo; e a segunda, na celebração da liturgia como «obra de Cristo».
Os dois significados são inseparavelmente ligados, e se resumem na ação de Cristo através da Igreja, especialmente no Sacramento da Eucaristia, no Sacramento da Reconciliação e em outros atos sacramentais que nos santificam. Assim, o Mistério Pascal da Morte e Ressurreição de Cristo foi o centro da teologia litúrgica do Concílio. De fato, o Papa recordou que o esquema da Liturgia foi o primeiro tema discutido no Concílio Vaticano II, e também o primeiro a ser aprovado.
Citando mais uma vez o Catecismo, Bento XVI lembrou que “toda celebração sacramental é um encontro dos filhos com Deus e com o seu Pai, em Cristo e no Espírito Santo, e tal encontro se realiza no diálogo, por meio de ações e palavras”. “Portanto, a primeira condição para uma boa celebração litúrgica é que haja oração e conversa com Deus: escuta e resposta. E o elemento fundamental, primário, do diálogo com Deus na liturgia, é a concordância entre o que dizemos com os lábios e o que trazemos em nosso coração. Concluindo o discurso, o Papa insistiu que com esta atitude, nossos corações estarão livres dos fardos deste mundo e subirão ao alto, rumo à verdade e ao amor.
Após a catequese em italiano, Bento XVI fez resumos do texto em várias línguas, inclusive em português:
“Ao tratar o tema da oração, nestes últimos meses, procuramos aprender a rezar de modo cada vez mais autêntico, fixando o olhar em algumas grandes figuras, especialmente no exemplo de Jesus, cientes de que somente Ele é capaz de nos unir a Deus com a profundidade e intimidade de filhos que Lhe podem chamar: Abba, Pai. Pois bem! Um âmbito privilegiado, onde Deus fala a cada um de nós e espera a nossa resposta é a liturgia. Nesta, o povo fiel toma parte na obra de Deus, isto é nas ações por Ele realizadas na história humana que nos trazem a salvação e que culminam na Morte e Ressurreição de Jesus. A liturgia é o «espaço» onde o Mistério da Morte e Ressurreição se torna atual, se faz presente no meu hoje, através da ação de Cristo na Igreja. Por isso, cada celebração litúrgica, especialmente a Eucaristia, é um encontro dos filhos de Deus com o seu Pai, por Cristo e no Espírito Santo.
Queridos peregrinos de língua portuguesa, a todos vós dirijo uma calorosa saudação! Particularmente, saúdo os membros da Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro de Jerusalém e todos os grupos vindos do Brasil. Tende por centro da vossa vida de oração a liturgia, que vos une ao Mistério de Cristo e ao Seu diálogo com o Pai, procurando que concordem as palavras de vossos lábios com os sentimentos do coração. E que desça sobre vós as bênçãos de Deus”.
Antes de encerrar o encontro, o Papa recordou que hoje celebramos a memória dos santos médicos Cosme e Damião. Bento XVI pediu aos jovens que ajudem a curar os sofrimentos dos irmãos com carinho, e confortou os doentes afirmando que a melhor terapia é a confiança em Deus, a quem falamos com a oração.

Pastoral Carcerária lembra 20 anos do massacre do Carandiru

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crandiruPara relembrar o Massacre do Carandiru, que completa 20 anos nesta terça-feira, 2 de outubro, a Pastoral Carcerária e movimentos sociais vão fazer um ato na Praça da Sé, a partir das 15h, no centro da capital paulista. Leia a denúncia das lideranças e a recordação de um dos mais graves crimes contra a população brasileira.
O primeiro ato, ecumênico, terá início na Catedral da Sé. Cerca de uma hora depois, na Praça da Sé, acontece um ato político-cultural.

No dia 2 de outubro de 1992, policiais invadiram o presídio do Carandiru durante uma rebelião e mataram, com uso de metralhadoras, fuzis e pistolas, ao menos 111 presidiários. Até hoje, ninguém foi responsabilizado pelos crimes.

“O ato não é apenas um resgate da memória dos 20 anos do Carandiru, uma situação clara de que não esquecemos e não esqueceremos jamais do que aconteceu, mas é também uma denúncia pública sobre todas essas políticas de massacre das populações periféricas, pretas e pobres, que ainda acontece nos dias de hoje”, disse Rodolfo Valente, advogado da Pastoral Carcerária em São Paulo e integrante da Rede 2 de Outubro.

A denúncia, segundo Valente, não é só do Massacre do Carandiru. “É também uma denúncia ao massacre dos Crimes de Maio, ao Massacre de Eldorado do Carajás”, disse.

Nos ataques comandados pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) de 2006, que ficaram conhecidos como Crimes de Maio e que ocorreram entre os dias 12 e 20 de maio daquele ano, 493 pessoas foram mortas, entre elas, 43 agentes públicos. Um estudo feito pela organização não governamental (ONG) Justiça Global, divulgado no ano passado, apontou que, em 71 desses casos, houve fortes indícios do envolvimento de policiais que integram grupos de extermínio.

Já em Eldorado dos Carajás, no Pará, a ação da Polícia Militar causou a morte de 21 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Dezenove sem-terra morreram no local e dois a caminho do hospital. As mortes ocorreram durante o confronto com a polícia no quilômetro 96 da Rodovia PA-150, na chamada Curva do S.

No sábado (6), os movimentos sociais também pretendem fazer uma caminhada cultural, marcada para ocorrer no Parque da Juventude, onde antes estava instalado o Complexo Penitenciário do Carandiru.
Fonte: Agencia Brasil (matéria de Elaine Patricia Cruz)

21/09/2012


A Esposa de Jesus!

O mundão de Deus gosta de sensacionalismo em torno de Jesus e da Sua Igreja. Agora, anuncia-se com estardalhaço um fragmento de certo papiro do século II escrito em língua copta. O fragmento contém oito linhas. Aí se conseguiu decifrar algumas palavras: “Jesus disse: minha mulher”. A suposta companheira de Cristo voltaria a ser mencionada em trecho logo à frente, de modo ainda mais intrigante: “Ela será capaz de ser minha discípula.” Pronto! Bastou isto para que se anunciasse com o sensacionalismo e a vulgar e leviana inconsistência de sempre: “Um papiro identificado por uma pesquisadora norte-americana pode mudar os rumos religiosos do Ocidente”.
Recorda, meu Leitor? Já afirmaram também que Jesus fora casado com Maria Madalena! Agora, alguns querem fazer crer que o Senhor possivelmente seria casado, existindo um “Evangelho da Esposa de Jesus”! Tudo baseado em escritos tardios, em geral de origem herética oriunda dos meios gnósticos. Os especialistas sabem com tranquila certeza que tais afirmações não têm nenhum núcleo de verdade e nenhuma fundamentação histórica ou bíblica. É pura especulação sensacionalista, pseudocientífica, com fins lucrativos.
Mas, toda essa informação inútil e vulgar serve, ao menos, para colocar uma curiosa questão: Jesus poderia ter casado? Poderia ter tido uma amante? Poderia ter tido um lar, com esposa e filhos? A resposta, simples, direta, certeira e peremptória é: Não! Por quê? Eis:
Jesus veio a este mundo para inaugurar o Reino de Deus, o Reino do Pai. O que é este Reino tão falado nos evangelho? É Deus mesmo que, no seu Filho amado, está se revelando a Israel e à humanidade como o Pai, o eterno Pai do Filho eterno. Através de Jesus, o Filho feito homem, o Pai está dizendo à humanidade: “Eu vos amo, eu venho até vós! Convertei-vos e abri-vos ao meu amor, manifestado no meu Filho Jesus!” Pronto! Abrindo-se a Jesus, nele crendo e por ele vivendo, deixando-se guiar pelo seu Espírito, o homem é capaz de estabelecer novas relações com Deus e com os outros. Por isso o Reino que Jesus anuncia é Reino de piedade, de verdade, de vida, de justiça e de paz...
Ora, para trazer esse Reino Jesus dedicou toda a sua vida. É ele próprio, em pessoa, a pregação, o anúncio e a inauguração do Reino: ele é o Reino, pois nele o Pai reina totalmente. Toda a sua existência humana é comprometida com o seu querido Papai e é toda para o Pai. No coração de Cristo não havia nem poderia haver espaço para mais ninguém nem mais nada: para nenhuma atividade, para nenhuma palavra, para nenhum amor, nenhuma posse, que não fossem os interesses do seu Pai: Jesus vive total e perfeitamente para o Pai.
Recordemos um pouco, nos evangelhos, como o coração de Jesus teve como referencial absoluto somente o Pai e como foi absolutamente indiviso em relação ao seu Pai: suas obras, ele as aprendeu do Pai: “O Filho, por si mesmo, nada pode fazer, mas só aquilo que vê o Pai fazer; tudo o que este faz o Filho o faz igualmente” (Jo 5,19); “...as obras que o Pai me encarregou de consumar... tais obras eu as faço” (Jo 5,36). Também sua vontade é a vontade do Pai: “Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e consumar sua obra” (Jo 4,34); “Por mim mesmo, nada posso fazer: eu julgo segundo o que ouço do Pai: e meu julgamento é justo, porque não procuro a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 5,30); “Desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou” (Jo 6,38). Ele é o Filho querido, que vive totalmente pelo Pai numa misteriosa e infinita reciprocidade: “O Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai!” (Jo 6,57). Por tudo isso, Jesus não tem nem poderia ter nada de próprio, nada fora dessa relação absoluta e exclusiva com seu Pai. Sua doutrina, por exemplo, ele a aprendeu do Pai: “Minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou. Se alguém quer cumprir sua vontade, reconhecerá se minha doutrina é de Deus ou se falo por mim mesmo” (Jo 7,16-17); “Nada faço por mim mesmo, mas falo como me ensinou o Pai” (Jo 8,28);“Não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, me prescreveu o que dizer e o que falar e sei que seu mandamento é vida eterna. O que falo, portanto, eu o falo como o Pai me disse” (Jo 12,49s). Daí, dessa misteriosa e indizível comunhão recíproca, vem sua certeza de estar com o Pai e o Pai com ele: “Eu não estou só: o Pai está comigo!”(Jo 8,16); “Quem me enviou está comigo. Não me deixou sozinho, porque faço sempre o que lhe agrada” (Jo 8,29). Por isso ele conhece o Pai e a ele está unido: “Quem me glorifica é meu Pai, de quem dizeis: 'É o nosso Deus', e vós não o conheceis, mas Eu o conheço e guardo sua palavra!” (Jo 8,55); “Meu Pai, que me deu tudo, é maior que todos e ninguém pode arrebatar da mão do Pai. Eu e o Pai somos um! O Pai está em mim e eu no Pai” (Jo 10,29-30.38).
Jesus nunca se pensou a si mesmo em relação a outra pessoa ou a outra realidade que não fosse o Pai. Ele se via, fundamentalmente como o Enviado: toda sua missão, ele a recebeu do Pai. Eis suas próprias palavras: “Saí de Deus e dele venho; não venho por mim mesmo, mas foi ele quem me enviou” (Jo 8,42); “Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus não enviou o seu Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele” (Jo 3,16s); “Também o Pai que me enviou dá testemunho de mim. Jamais ouvistes a sua voz, nem contemplastes a sua face, e sua palavra não permanece em vós, porque não credes naquele que ele enviou” (Jo 5,37s); “Sei de onde venho e para onde vou... o Pai, que me enviou, dá testemunho de mim” (Jo 8,14.18).
Tal dependência, tal receptividade total encontra sua expressão maior na palavra Abbá, com a qual Jesus se dirige ao seu Deus. Essa expressão causou tal impacto nos discípulos e nos primeiros cristãos que, às vezes não é traduzida (cf. Mc 14,35s; Rm 8,15; Gl 4,6). Portanto, Jesus viveu sua relação com o Pai até o abandono total, a entrega confiante e incondicional: “E, indo um pouco adiante, caiu por terra, e orava para que, se possível, passasse dele a hora. E dizia: ‘Abbá! Ó Pai! Tudo é possível a ti: afasta de mim este cálice! Porém, não o que eu quero, mas o que tu queres’” (Mc 14,35s); “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito!” (Lc 24,46).
Ora, com um pouquinho de conhecimento dos evangelhos e outro tantinho de bom senso, fica claro que, em Jesus, sua pessoa e sua missão são totalmente comprometidas com o Pai. Ele e sua missão se confundem, de modo que todo o seu modo de existir, absolutamente pobre e disponível está em função do Pai. Por isso, Jesus foi celibatário por opção, como expressão da vinda do Reino e da urgência de abrir-se à sua vinda. É precisamente aqui que se radica também a exigência de celibato, que a Igreja latina faz de seus padres e bispos: ser sinal e prolongamento dessa total dedicação de Jesus ao Pai e ao seu Reino em favor dos irmãos, com um coração indiviso.
Certamente, o mundo jamais compreenderá essas realidades“porque não conhece a mim nem ao Pai” (Jo 16,3). Tanto mais o mundo for se tornando pagão, mais será insensível para as coisas relacionadas a Deus e ao seu Cristo. Quanto a nós, com alegria e gratidão, cheios de admiração, contemplamos e mistério...



 Escrito por Dom Henrique às 07h58

Ser porta-voz

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Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba (MG)
Estamos num momento significativo na história da sociedade. Teremos que votar novamente, colocando em prática nosso direito de cidadãos brasileiros. Com isto vamos escolher todos os nossos próximos representantes no poder executivo e legislativo dos diversos municípios. Cada eleito vai agir como nosso porta-voz e em nome do povo de seu município.
É hora de pensar em duas palavras decisivas: fé e fidelidade. Isto significa autenticidade, fato que não tem sido levado em conta em nosso país. Muitos políticos não são tementes a Deus, mas infiéis, carreiristas e não se colocam a serviço do bem comum. O povo sofre com isto e acaba assistindo atitudes de desonestidade.
O poder, verdadeiramente constituído, vem de Deus, mas isto passa pela ação livre dos eleitores. Significa que a autoridade escolhida não tem real poder se foi eleita por quem não tenha agido, na hora de votar, com plena liberdade. Comprar e vender o voto não significa liberdade plena, não é ato totalmente divino e não é voto com nobreza e consciência madura.
Todo candidato, nas eleições, procura se apresentar bem, com boa aparência e propósitos muito firmados. Mas acontece que há uma mentalidade de triunfo e muito individualista. Ela esconde interesses que não são os do povo. É como falar de fé sem obras, aparências que tentam convencer, mas privilegiam interesses próprios ou de grupos particulares.
Na verdade, ser porta-voz é ser luz para o povo. Isto é diferente de ser opressor, que tira a esperança e a alegria das pessoas. Por outro lado, o povo quase não acompanha e nem é resistente diante das atitudes dos políticos eleitos. É cômodo ser passivo porque agir supõe coragem e enfrentamento.
Não podemos ser cristãos apenas de bons sentimentos e intenções, porque a fé exige fidelidade e compromisso bem definidos, principalmente nos momentos decisivos da sociedade. Não basta confessar a fé, como o fez Pedro diante de Cristo. Temos que enfrentar as diversidades e maldades que impedem a realização do bem. É um caminho de cruz, de maturidade e coragem

Síntese do congresso de 20 anos do Catecismo e sobre o Ano da Fé

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cong1Congresso teológico celebrou os 20 anos da publicação do Novo Catecismo da Igreja e marcou a preparação imediata para o início do Ano da Fé. O evento foi realizado nas instações da PUC de Curitiba (PR) e contou com a participação, na abertura, do cardeal dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB.
Reproduzimos aqui, com autorização do autor, matéria com a síntese da cobertura do evento.
A Igreja no Brasil acaba de dar uma espécie de pontapé inicial para as celebrações do Ano da Fé e dos 20 anos do Catecismo da Igreja Católica (CIC). A CNBB promoveu um congresso teológico nacional sobre os temas e reuniu mais de 200 participantes. O encontro aconteceu na Pontifícia Universidade Católica (PUC) – campus Curitiba (PR) –, entre os dias 7 e 9 de setembro.
O quadro de conferencistas contou com especialistas do cenário teológico brasileiro e também com a presença do secretário da Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano, dom Luis Francisco Ladaria Ferrer. A articulação foi realizada por meio de três comissões episcopais da CNBB: Doutrina da Fé, Animação Bíblico-Catequética e Educação e Cultura.
“O Catecismo é um dos documentos insubstituíveis para o processo de catequese, um precioso dom para a Igreja. É um referencial seguro para a formação e aprofundamento da fé hoje e um dos grandes frutos do Concílio Vaticano II”, ressaltou o presidente da CNBB e arcebispo de Aparecida (SP), cardeal dom Raymundo Damasceno Assis, na abertura do evento.
cong2“A própria construção do congresso foi pedagógica. A união das três comissões tem uma dimensão eclesial e comunitária muito clara: o catecismo e o Ano da Fé não podem ser abraçados de maneira isolada”, assegura o presidente da comissão para a Doutrina da Fé e arcebispo de Brasília (DF), dom Sérgio da Rocha.
A partir das temáticas refletidas, cada comissão deve tirar conclusões específicas para o trabalho que desempenha. “Mas já a experiência de fazer junto foi muito importante. Precisamos somar forças para que a educação da fé seja mais concreta e efetiva. Não temos doutrina da fé – conteúdo – sem a educação da fé – catequese, metodologia. E tudo isso precisa levar em conta o contexto dos interlocutores – cultura. Daí o porquê dessa grande união”, explica o presidente da comissão para a Animação Bíblico-Catequética, dom Jacinto Bergmann.
Reflexos
A organização espera que o congresso tenha reflexos concretos na vida da Igreja no país. O principal deve ser a acolhida renovada do CIC, que já deveria ter sido mais conhecido, divulgado e vivido ao longo desses 20 anos, segundo a avaliação de dom Sérgio da Rocha. O Ano da Fé, que inicia no dia 11 de outubro, torna-se ocasião privilegiada para isso.
cong3Várias temáticas do congresso também reforçaram o aspecto da catequese e de iniciação à vida cristã. Se a catequese é a educação da fé, o CIC é o instrumento que ajuda a concretizar esse processo. “O congresso reforça a concepção de catequese catecumenal e o grande instrumento que é o catecismo. Isso significa dar importância à iniciação das pessoas no seguimento de Jesus, a levá-las a um encontro com o Senhor”, ressalta dom Jacinto.
Um ponto que recebeu especial atenção diz respeito à linguagem do CIC, que seria um agente dificultador para que ele possa chegar às bases das comunidades eclesiais. Uma saída pastoral viável é a produção de subsídios e materiais de apoio que ofereçam o conteúdo por meio de uma linguagem mais palatável.
“A Igreja no Brasil sempre produziu muitos subsídios inspirados no CIC. O congresso reforçou a ideia de fazermos materiais que facilitem o acesso ao catecismo, que apresenta o conteúdo da fé e nos inspira como a vida pode ser consequência do crer em Deus”, reforça dom Jacinto.
O bispo revela que a comissão que preside na CNBB está em processo de elaboração de roteiros que orientem o processo de iniciação à vida cristã, inspirados no CIC.
Programação
O congresso contou com conferências gerais na parte da manhã e com quatro grupos temáticos nas sessões da tarde.
As conferências gerais proferidas por dom Luis Ladaria abordaram as seguintes temáticas:Catecismo da Igreja Católica: gênese, estrutura e perspectivas; Ano da Fé: a fé aberta a todos; Considerações finais sobre o encontro e perspectivas.
O congresso também contou com dois renomados teólogos brasileiros como conferencistas gerais. O padre Mário de França Miranda falou sobre A dimensão individual e eclesial da fé cristã, enquanto frei Carlos Josaphat proferiu o tema Estrutura do Catecismo da Igreja Católica e a vida cristã.
Já os grupos temáticos tiveram os seguintes focos: Fontes do CIC; Temas teológicos transversais no CIC; Catequese e CIC; Fé no CIC. No total, os grupos foram assessorados por 15 especialistas das mais diversas áreas.

Conferências de dom Luis Ladaria
cong4Em sua primeira conferência, no dia 7, o secretário da Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano, dom Luis Francisco Ladaria Ferrer, ressaltou que a essência da atual estrutura do CIC – Profissão de fé, Celebração do mistério cristão, Vida em Cristo e Oração cristã – já está presente nas obras catequéticas dos Santos Padres (grandes homens da Igreja, aproximadamente do século II ao século VII, que firmaram os conceitos fundamentais da fé cristã e são os responsáveis pelo que se chama hoje de Tradição da Igreja). Essa estrutura se manteve constante até hoje.
Logo após, o arcebispo apresentou um histórico dos catecismos anteriores, com ênfase para o primeiro de que se tem notícia e que foi escrito na língua portuguesa, o de Celta (1505), bem como o Romano (1566), fruto do Concílio de Trento. Os escritos eram inicialmente destinados aos párocos, a quem cabia a tradução do conteúdo para os fiéis.
Dom Ladaria ressaltou que o CIC não é um fruto direto do Concílio Vaticano II, mas está em íntima relação com ele. De fato, o Concílio apenas solicitou a elaboração de um diretório que orientasse a elaboração dos catecismos nacionais, o que aconteceu em 1971.
Contudo, nos anos pós-conciliares, apareceram catecismos em diversos países. Alguns problemas de fidelidade à Tradição e ao Magistério, como aconteceu no caso holandês, fez ressurgir o desejo de que houvesse um documento oficial para toda a Igreja. Isso foi concretizado ao final da Assembleia do Sínodo dos Bispos de 1985, que celebrou os 20 anos de encerramento do Vaticano II e fez a solicitação ao Papa.
O CIC foi escrito originalmente em francês e lançado em 1992. Contudo, a edição típica surgiu apenas em 1995, e é a essa que se deve reportar, pois conta com reformulações em diversos pontos, após manifestação das conferências de todo o mundo. Dom Ladaria indicou que houve 24.000 sugestões de emendas, retoques e modificações.
Ao finalizar sua apresentação, o arcebispo recordou a importância do Compêndio do CIC, por sua brevidade, clareza e integridade, e também por tornar possível que as comunidades conheçam as verdades reveladas e transmitidas pela Igreja.
Segunda conferência geral
No dia 8, dom Ladaria falou sobre o Ano da Fé. Ele destacou a “situação dramática” de secularização em muitos países da Europa, mas que também afeta o continente americano. A eliminação da transcendência do horizonte de vida das pessoas traz como consequência graves problemas pessoais e sociais.
O Papa Bento XVI já falou diversas vezes de analfabetismo religioso. Nesse sentido, o Ano da Fé tem o objetivo de dar um impulso renovado a toda a Igreja, para que os homens que se encontram afastados possam chegar à amizade com Cristo, que dá vida em plenitude.
“Fé é, antes de tudo, adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, é assentimento livre a toda a verdade que Deus revelou. São dois pontos fundamentais”, disse.
Os pontos cardeais do Ano da Fé devem ser a fé confessada, celebrada e testemunhada.
Conferência de frei Carlos Josaphat
cong5O frei dominicano e doutor em teologia moral, Carlos Josaphat Pinto de Oliveira, proferiu a segunda conferência geral do dia 7. Ele ressaltou que a estrutura do CIC está em plena fidelidade à Revelação de Deus e se reporta a dois concílios eclesiológicos, o de Trento e o Vaticano II. De certa forma, o CIC torna operacional a mensagem desses dois concílios, voltados para a reforma e renovação do corpo eclesial.
Frei Josaphat ressaltou a dimensão colegial do trabalho que foi realizado para a escrita do CIC. Ao solicitarem a elaboração do CIC, os bispos reunidos no Sínodo de 1985 apontavam para a oportunidade de se comprovar os fundamentos bíblicos e patrísticos do Concílio Vaticano II. “Esse dado é da maior evidência e é muito oportuna a temática desse encontro. O CIC recolhe e concilia o que há de melhor no antigo e no novo.”
Houve todo um esforço para reelaborar de maneira viva o objetivo do Vaticano II. O CIC coincide com uma estrutura que visa primordialmente os párocos – o que levaria à pregação e constituição de catecismos locais.
“O catecismo atual mostra como o Vaticano II perpetua o essencial dos concílios anteriores e os enriquece. O CIC procura enfrentar o desafio lançado hoje à vida cristã. A escolha e ajustamento dos quatro pilares seguem a opção dos relatores de Trento e o consideram como quadro doutrinal, introduzindo a totalidade das orientações sob o ponto de vista da fé e prática da fé.”
O CIC propõe a vida cristã de maneira integral e ordenada, de tal forma que os fiéis sejam missionários de amor e santidade para um mundo complexo.
Conferência de padre Mário de França Miranda
cong6O doutor em teologia sistemática, padre Mário de França Miranda, enfatizou que as transformações sociais dificultam a fé do cristão e sua relação com a Igreja. Enquanto no passado havia um tecido cultural unitário predominantemente cristão, a atual sociedade plural dificulta sobremaneira o acolhimento e a proclamação salvífica do Evangelho.
A fé cristã é sempre a mesma, mas apresenta compreensões e vivências diversas ao longo da história. Hoje, o cristão experimenta mais a fé como resultado de uma opção livre, de tal forma que interpreta e vive sua existência de modo singular. “A opção cristã é mais consciente e real, e menos uma fé institucionalizada, de certo modo passivamente professada”, avalia o sacerdote.
Além disso, costuma-se ouvir que a fé é dom de Deus, mas, na prática pastoral, esse aspecto não seria devidamente valorizado. Uma vez que a ação do Espírito Santo é sempre universal, deve-se anunciar a partir das dificuldades e realidades vividas por aqueles que estão a nossa volta.
“O modo de expressar o que cremos é tão importante quanto afirmar como cremos. É preciso anunciar a dimensão vivencial da fé aos nossos contemporâneos. A transmissão da fé consiste em transmitir o próprio Deus vivo comunicando-se conosco e, para isso, é preciso de uma aproximação das realidades vividas pela sociedade hoje.”
A multiplicidade de situações e contextos vitais obriga os cristãos a viver a fé em meio a novos desafios, o que exige novas linguagens e práticas. “Nesse sentido, as experiências podem representar uma contribuição importante para o magistério eclesiástico e a teologia. A fé do laicato tem algo a dizer à compreensão mais ampla de fé cristã”, assevera.
De acordo com padre Mário, o centro verdadeiro da Igreja não coincide com o centro de governo e administração. “Devemos corrigir a nossa maneira de olhar a Igreja. A luta pela renovação institucional da Igreja é uma tarefa que compete a cada um de nós. A fé cristã está desafiada pela sociedade, e isso se torna possibilidade para vivê-la com maior autenticidade. A fé eclesial pede a participação ativa em traduzi-la e vivê-la no atual contexto sociocultural. A fé na Igreja nos capacita a olhá-la em sua verdade e, assim, amá-la.”

Regional Nordeste 3 promove seminário sobre a Campanha da Fraternidade de 2013

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cfCampanha da Fraternidade de 2013, que tem como tema “Fraternidade e Juventude” busca mobilizar a Igreja e os seguimentos da sociedade para se solidarizarem aos jovens e favorecer-lhes espaços, projetos e políticas públicas que possam auxiliá-los na organização de sua própria vida; a se compreenderem como força de transformação para os novos tempos; a desenvolverem seu potencial comunicativo pelas redes sociais em vista da ética e do bem comum; a assumirem seu papel específico na comunidade eclesial e no exercício do protagonismo que deles se espera nas comunidades e na construção de uma sociedade que proporcione vida a todos.
Para atingir os objetivos da Campanha da Fraternidade de 2013 -“Fraternidade Juventude” e dinamizar a Campanha da Evangelização, o Regional Nordeste 3 da CNBB (Bahia e Sergipe), realizará um Seminário de formação e animação de Campanhas, para o qual esta convidando representantes das dioceses pertencentes ao Regional (sendo duas da equipe campanha, se tiver, e uma do setor jovem).
O seminário acontecerá nos dias 28 e 30 de setembro, no Patronato São José, em Salvador. A hospedagem será 165,00 reais, por pessoa. O Regional assumirá a hospedagem e alimentação de duas pessoas de cada diocese. As passagens ficam por conta das dioceses. A equipe de organização pede apenas para que os convidados não se esqueçam de trazer objetos de uso pessoal e animação, objetos que represente a juventude da sua diocese.
Para os jovens, pede ainda que levem retalhos de tecidos, onde deve conter escrito algum sonho dos jovens, que serão usados numa dinâmica. A equipe tentará disponibilizar o material de formação das equipes de campanhas, produzido pela CNBB.
“Esperamos a confirmação até 15 de setembro e a presença de cada um é muito importante para o conjunto da evangelização e animação juvenil”, completou Maria Inês, secretária executiva do Regional.


Catequese e Bíblia 

O chamado

Posted: 11 Jul 2012 05:19 PM PDT


A conquista da felicidade faz parte do plano universal da vida humana. Ser feliz é um dom, mas tem que ser fruto de esforço e da prática de um chamado. Não há acepção ou discriminação de pessoas, mesmo que cada uma exerça missão diferente das outras, mas tendo como fim o bem e a dignidade como alvos a ser atingidos.

Responder a um chamado para construir algo é contribuir com o progresso, com o desenvolvimento da cultura, mas isto pode ser dificultado, e até impedido, quando o egoísmo passa fazer parte de nossa identidade humana. Pior ainda quando o bem comum e a partilha não são uma conquista, a coletividade fica fortemente prejudicada e todos passam a sofrer as consequências.

No âmbito cristão, o chamado significa e supõe resposta de amor, de gratuidade e serviço de transformação do mundo em fraternidade e paz. Onde reina a solidariedade, a honestidade e a seriedade na conquista das coisas, o reino da morte e do mal acaba cedendo espaço. O bem, quando honestamente trabalhado, vence o mal e ocasiona vida responsável e saudável.

Na nova cultura, com muita facilidade, corremos o risco das falsas promessas, inclusive dos diversos charlatões prometendo felicidade “barata” em troca de benefícios, iludindo as pessoas. Isto é falsear a resposta ao chamado para o verdadeiro sentido da vida. Aí não transparece o espírito de despojamento, mas de exploração.

Estamos em tempo de preparação para mais uma Jornada Mundial da Juventude, que vai acontecer nos meados do ano que vem. Todos os jovens do Brasil são chamados a um despertar, para usar suas forças e criatividade construindo um país melhor. A juventude tem força transformadora e precisa coloca-la em prática.

O encontro do Papa Bento XVI com os milhares de jovens de todo o mundo, no Rio de Janeiro em 2013, será momento de um grande chamado. O Brasil ainda é jovem, portanto, com uma força capaz de vencer o mal causado por muitas lideranças pouco preocupadas com a dignidade humana e cristã.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.

Aprender com o outro sem medo

Posted: 29 Jun 2012 02:00 AM PDT


            Andamos pelo mundo aprendendo uns com os outros. Gonzaguinha tem uma canção (Caminhos do Coração) que diz: “... toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas...”  Pensadores famosos disseram coisas semelhantes. Por exemplo: “Cada pessoaque encontro é superior a mim em algum aspecto sobre o qual eu aprendo algo.” (Ralph Waldo Emerson) ou “Não só precisamos realmente entender-nos uns aos outros, como precisamos uns dos outros para entender a nós mesmos” (Gandhi). A vida de fato seria muito pobre sem a diversidade de temperamentos, idéias, espiritualidades, talentos, pontos de vista. É claro que não vamos aprender tudo o que os outros fazem, dizem, sentem. Muitas vezes é sábio simplesmente dizer: Não! Não quero ser parecido com essa pessoa! Mas ninguém tem (nem seria bom que tivesse) uma personalidade totalmente livre de influências alheias.

            Não é diferente no terreno religioso. Nosso cristianismo deve muito ao judaísmo, no qual estão suas raízes. Uma religião pode ter orações, modos de desenvolver a espiritualidade que possam ser edificantes para outros grupos. Entre cristãos de Igrejas diferentes, esse intercâmbio poderia ser ainda mais produtivo e menos arriscado porque já há uma boa base comum.

            Nossa Igreja não tem medo dessa possibilidade de um aprendizado mútuo entre cristãos de Igrejas diferentes, feito naturalmente com discernimento e sem intenções de dominação. Por isso, o documento Unitatis Redintegratio, do Concílio Vaticano II, nos diz: “... é necessário que os católicos reconheçam com alegria e com a devida estima os bens verdadeiramente cristãos provenientes do patrimônio comum existente entre os irmãos separados. Reconhecer as riquezas de Cristo e as obras virtuosas na vida de quem dá testemunho de Cristo até, às vezes, o derramamento de sangue, é justo e salutar: Deus é sempre admirável em suas obras. Nem se deve desprezar a obra da graça do Espírito Santo nos irmãos separados, que pode contribuir muito para a nossa edificação.” UR 4

            Mas, é claro que só estão bem preparados para essa aprendizagem mútua os que estão firmes na sua identidade fé. Muito úteis são os encontros em que uns captam coisas boas dos outros e os católicos continuam católicos, metodistas continuam metodistas, batistas continuam batistas... e assim por diante. Sem intenções de proselitismo, a aprendizagem é tranqüila. E até pode ajudar muito na formação específica de cada parte envolvida porque, para apresentar ao outro o melhor da sua Igreja, cada um sente que deve conhecer muito bem a instituição que representa no diálogo.

            Músicas, estilos de acolhimento, orações, biografias de cristãos exemplares, métodos de ensino são algumas das coisas que as Igrejas deveriam poder partilhar sem medo. Mas só quem está preparado e seguro vai entrar nesse diálogo sem sentir necessidade de estar o tempo todo se defendendo do que o outro tem a oferecer. 

Therezinha Cruz



Catequese e Bíblia 

Pedro e Paulo

Posted: 27 Jun 2012 02:00 AM PDT


Numa única festa celebramos a vida dos apóstolos Pedro e Paulo, porque os dois perseguiram um mesmo objetivo, o seguimento de Jesus Cristo, terminando no martírio. Pedro era muito ligado ao povo judeu, e Paulo, numa visão bem missionária, vai às demais nações de seu tempo. Além da força das suas palavras, eles foram verdadeiras testemunhas de fé e compromisso com Jesus Cristo.
Na convivência com o Mestre, esses dois apóstolos contribuíram na construção de uma consciência coletiva sobre a identidade da vivência cristã. Mas era preciso compreender quem era Jesus Cristo e qual o verdadeiro sentido de sua mensagem. Só a partir daí foi possível dar solidez ao projeto da construção do Reino.
Em Pedro e Paulo está assentada a Igreja, sendo eles as principais colunas de sua sustentação. É uma construção feita no meio das forças do antirreino, no mundo da maldade e de tudo que é desconstrução do bem e da vida das pessoas. É um processo que continua na história, enfrentando o mal da cultura moderna.
Ambos fizeram o caminho da libertação, tendo como fim, a condenação. Na dimensão do Reino de Deus, só consegue libertar quem é capaz de dar a vida por aquele que vive em situação de indignidade. Pedro morreu crucificado de cabeça para baixo, e Paulo, degolado, coincidente e curiosamente, em Roma, onde foram sepultados e tidos como marcos da Igreja.
Devemos entender que o martírio, por causa do Evangelho, é valorizado pela Igreja como autêntica oferta ou sacrifício. Fruto de um longo combate na fé e, ao mesmo tempo, confirma uma situação de vitória, por ser uma doação feita em nome de Deus. É consequência de um projeto assumido em vista do bem.
Não é fácil ter fidelidade em relação à vida, principalmente quando temos que enfrentar críticas e perseguições. Não conseguimos vencer por dizer muitas palavras, mas por ter uma vida marcada pelo testemunho de autenticidade na prática da fé e da vida cristã. O testemunho supõe determinação e coragem no que é assumido.

Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.





sexta-feira, 22 de junho de 2012
Falhas que podem atrapalhar o diálogo

Muita coisa pode atrapalhar a caminhada ecumênica. Temos hábitos arraigados e muitas vezes nem notamos que estamos alimentando a discórdia em vez de construir a paz. Teríamos que prestar mais atenção às armadilhas que muitas vezes armamos até sem perceber.  Vamos destacar aqui alguns campos onde nossas falhas costumam criar obstáculos a um diálogo mais construtivo:

a)      A linguagem: até sem perceber, podemos usar expressões que denotam uma rejeição. E não falamos só com palavras, temos também a linguagem corporal e facial. Brincadeiras podem ser ofensivas de um modo muito desastroso. Também é comum termos “dois pesos e duas medidas”, que se revelam nas palavras que usamos. Diante da mesma situação, por exemplo, temos uma tendência a chamar outros de “fanáticos” enquanto consideramos a nós mesmos “fiéis”. Um bom jeito de evitar falhas de linguagem é ouvir o outro, perceber como ele mesmo define a sua fé.

b)      A omissão: um jeito muito especial de expressar rejeição em relação ao outro é fazer de conta que ele não existe. Não é comum nos referirmos a outros irmãos cristãos na nossa Igreja. Falamos, por exemplo, do Batismo como se fosse coisa só nossa (embora a nossa Igreja reconheça até oficialmente a validade do batismo de muitas outras denominações cristãs).  O papa João II lembrou, na encíclica Ut Unum Sint, coisas que não costumamos mencionar:

“ Para além dos limites da Comunidade católica, não existe o vazio eclesial. Muitos elementos de grande valor, que estão integrados na Igreja Católica na plenitude dos meios de salvação e dos dons da graça que a edificam, acham-se também nas outras Comunidades cristãs.” UUS 13

c)      A preparação para a guerra: Já encontrei católicos que me pediam estudo de certos textos bíblicos “para responder aos protestantes”. É claro que os católicos devem saber como a sua Igreja lê a Bíblia. Mas ela deve ser trabalhada como instrumento de diálogo, não como arma para derrotar o outro.

d)     Nivelar sem discernimento: ser ecumênico não é ser ingênuo e aceitar tudo que vier com rótulo cristão. Há Igrejas sérias e grupos que se aproveitam da religião para enganar o povo. Sempre é importante discernir o que está ou não a serviço do projeto de Jesus, tanto nas outras Igrejas como até dentro da nossa. Mas também não se pode julgar uma Igreja pelo comportamento negativo de alguns de seus membros. Sem generalizar, sem criar clima de guerra e sem maximizar as falhas alheias de modo preconceituoso, é preciso perceber que tipos de atitudes devem ser valorizadas ou rejeitadas.

e)      Perder de vista a busca da verdade: ecumenismo não é vivido fazendo de conta que não há problemas e divergências. O que deve ser diferente é o modo de tratar essas divergências. Se há pontos em que ainda não estamos de acordo, vamos rezar, pedir luz ao Espírito Santo, buscando com honesta fraternidade soluções verdadeiras para as questões que ainda nos dividem.

Diante de tudo isso, para os catequistas, seria importante ter presente o que diz o documento Catechesi Tradendae:

“É sobremaneira importante fazer uma apresentação correta e leal de outras Igrejas e comunidades eclesiais, das quais o Espírito Santo não recusa servir-se como de meios de salvação... Entre outras coisas, uma tal apresentação ajudará os católicos, por um lado, a aprofundarem sua própria fé e, por outro lado, a melhor conhecerem e estimarem os outros irmãos cristãos, facilitando assim a procura em comum do caminho para a plena unidade na verdade total.” CT 32

Therezinha Cruz








Contagem regressiva para a divulgação do hino da JMJ Rio2013
SEG, 18 DE JUNHO DE 2012 15:43
POR: CNBB
   
Os jovens da arquidiocese de Cuiabá iniciaram a contagem regressiva para a chegada dos Símbolos da Jornada Mundial da Juventude, na capital mato-grossense. A arquidiocese, em parceria com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), vai realizar o evento Bote Fé, que terá início no dia 7 e se estenderá até 9 julho.

O ato faz parte da peregrinação da Cruz, e do Ícone de Nossa Senhora, que têm percorrido as principais cidades brasileiras para divulgar a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será realizada em 2013, no Rio de Janeiro, com a presença do papa.

Em Cuiabá e Várzea Grande os Símbolos da JMJ visitarão paróquias, centros de ressocialização, faculdades, além de serem expostos durante carreatas e procissões.

Com o lema 'Ide e fazei discípulos a todos os povos', a Jornada Mundial da Juventude está marcada para ocorrer em julho de 2013 na cidade do Rio de Janeiro.

Entretanto, também na França se trabalha para preparar a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro. Mais de 160 delegados diocesanos se encontraram na semana passada em Paris, na Casa dos Bispos da França. Durante o encontro foram apresentados os primeiros dois spots publicitários sobre a JMJ e os resultados do concurso lançados através da mídia social nas últimas semanas.

O primeiro vídeo convida a se unir aos jovens de mundo inteiro que se reúnem no Rio e a descobrir a história das Jornadas mundiais da Juventude. O segundo é uma paródia em versão humorista de um filme famoso.

Entretanto, também contagem regressiva para a divulgação do Hino Oficial da Jornada no Rio, que será no dia 23 de julho. “A ‘cara’ do Rio de Janeiro, a ‘cara’ da Igreja no Brasil, isso com certeza vai estar presente nesse hino que será memorável”, afirmou o padre Leandro Lênin um dos diretores do Setor de Preparação Pastoral do Comitê Organizador Local (COL).


Igreja presente na Conferência Rio+20 e na Cúpula dos Povos

QUI, 14 DE JUNHO DE 2012 09:41

POR: CNBB

   

Vinte anos depois da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92), o Rio de Janeiro volta a ser o ponto de encontro para lideranças do mundo inteiro e sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, entre os dias 13 e 22 de junho. Paralelamente a esse grande evento, de 15 a 23 de junho, acontecerá, no Aterro do Flamengo, a Cúpula dos Povos, numa oportunidade para tratar dos problemas enfrentados pela humanidade e demonstrar a força política dos povos organizados. Dentro dessa perspectiva, a arquidiocese do Rio de Janeiro, bem como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) marcam presença ao longo do evento propondo reflexões e debates sobre a integração do homem com o mundo à sua volta.


A Rio+20 também conta com a participação da Santa Sé, que enviou uma equipe para representar o papa Bento XVI. À frente dessa comitiva está o arcebispo de São Paulo (SP), dom Odilo Pedro Scherer. Para ele, esse será um grande desafio, uma vez que a presença da Santa Sé no evento representa a palavra da Igreja.


“É uma tarefa importante porque eu irei integrar e, ao mesmo tempo, chefiar a delegação da Santa Sé, que representa a palavra da Igreja, a posição da Igreja sobre as questões tratadas na Rio+20. No entanto, com grande honra, porque é a oportunidade de apresentar o pensamento da Igreja, que tem uma grande autoridade moral no conselho das nações. Embora o Vaticano seja um Estado pequeno, a sua representatividade é muito grande e importante no âmbito das nações”, disse o cardeal.


A primeira das atividades será no dia 15 de junho, na Tenda da Paz, no aterro do Flamengo, onde haverá uma mesa de diálogo sobre meio ambiente e justiça social.


Dom Odilo ressaltou a forte presença da Santa Sé em eventos promovidos pelas Nações Unidas e outros órgãos internacionais. “Ela tem se feito presente através do Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas e por isso também apresenta a Santa Sé em eventos como este, que é a Rio +20. “A Igreja tem um pensamento, um olhar próprio sobre todas essas questões, uma visão sobre o homem, uma visão sobre a economia, cultura, sobre a vida e assim por diante. Portanto, são oportunidades da Santa Sé, em nome da Igreja, de estar colocando a posição, a palavra da Igreja para ajudar a servir e iluminar, e isso faz parte da missão evangelizadora da Igreja”, concluiu.


Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas


Pela primeira vez no Rio de Janeiro e com participação ativa na Rio + 20, o Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, dom Francis Chullikatt, tem uma missão importante: destacar a pessoa humana e os problemas ecológico-sociais dos países mais pobres, que, segundo ele, muitas vezes não têm voz nas grandes conferências.


Junto com dom Francis, chegaram na última terça-feira, 12 de junho, três colaboradores: padre Philip J. Bené, padre Justin Wylie e o advogado Lucas Swanepoel, que já estão participando da 3ª Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reúnem representantes governamentais para negociações dos documentos a serem adotados na Conferência.


Em entrevista para a WebTV Redentor, dom Francis Chullikatt falou sobre o papel da Igreja na Rio+20, destacando os três aspectos do desenvolvimento sustentável: a sustentabilidade econômica, social e ambiental.


“A Igreja é muito importante no desenvolvimento destes três aspectos. Relacionado ao aspecto econômico, sabemos que a Igreja Católica sempre se preocupa com os países pobres. Quando falamos do social, sabemos que a Igreja é totalmente envolvida no crescimento da situação social do mundo. O terceiro aspecto, o ecológico, pode-se destacar, aqui no Brasil, a preocupação com a proteção da Amazônia. Nós cuidamos da natureza, porque nós católicos acreditamos na preservação”, disse.


O Observador na ONU mostrou-se preocupado em trabalhar durante a Conferência, principalmente com os países pobres, já que a Rio+20 tem dois temas centrais: "A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza"; e "A estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável".


“Viemos mostrar especialmente aqueles que não têm voz, especialmente o povo dos países pobres. Defendemos a humanidade e as pessoas que têm a vida violentada pelo mundo. Temos que ter essa preocupação para a vida humana ser preservada”, acrescentou dom Chullikatt.


Sessão especial do Senado celebra Campanha da Fraternidade de 2012

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lancamentocf2012senadoSenado Federal homenageou na manhã de hoje, 19, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) pelo lançamento de mais uma Campanha da Fraternidade. A solenidade foi proposta pelo senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
Ao abrir a sessão, o presidente do Senado, José Sarney, destacou a importância das Campanhas da Fraternidade para a promoção e reflexão de temas “relevantes a realidade brasileira e a atenção à população carente do país”.
Além disso, o presidente do Senado fez um discurso em que remeteu ao ano 1964, ano do lançamento da primeira edição da CF, lembrando dom Eugênio Sales e também “o jovem dom Helder Câmara”.
O senador José Sarney elogiou a ação da CNBB na luta por uma sociedade mais igualitária. “A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil se dedica a ser uma figura ativa na sociedade brasileira em busca de justiça social, e a Campanha da Fraternidade de 2012 está correta em afirmar que a saúde pública no Brasil não vai nada bem”, declarou.
“A Campanha da Fraternidade tem razão quando diz que o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não conseguiu ser implantado em sua totalidade e ainda não atende a contento, sobretudo os mais necessitados desse serviço. Infelizmente, nós lidamos com a ausência de recursos e os investimentos não acontecem na escala necessária”, alertou José Sarney lembrando que a CF 2012 como “um momento decisivo na consciência em relação à saúde pública no país".
Em seu discurso, Sarney apontou como bandeiras da Campanha da Fraternidade 2012 a redução da mortalidade infantil, a melhoria da saúde materna, o combate a epidemias e doenças e a garantia de sustentabilidade ambiental.
lancamentocf20122“São pontos tirados das Metas do Milênio que, portanto, deveriam ser atingidos em 2015. Façamos todos um esforço para que tudo isso se torne uma realidade”, disse Sarney.
O senador Ricardo Ferraço disse que a Campanha da Fraternidade alcança vários níveis sociais, não apenas o cristão. “É importante frisar que as Campanhas da Fraternidade, de longa data, não são voltadas apenas paras as comunidades cristãs, mas sim, para todo cidadão, cidadã desse nosso imenso Brasil. A CF é um dos pilares para a construção do edifício da cidadania e da ética neste país”, destacou o senador.
Em nome da CNBB, o secretário executivo da Campanha da Fraternidade, padre Luiz Carlos Dias, agradeceu a homenagem e reafirmou que “a saúde pública não vai bem”, apesar de avanços como a redução da mortalidade infantil e o aumento da expectativa de vida no país. O padre também destacou empenho da Igreja Católica pela maior participação da população no controle externo da saúde, incentivando a atuação nos Conselhos Municipais de Saúde.
O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) destacou a corrupção como a principal causa da situação precária verificada nos hospitais públicos do país. Para ele, o desvio de recursos tem impedido a estruturação dos serviços nos pequenos municípios, resultando na concentração de médicos nos grandes centros.
Concordando com o senador Mozarildo, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) apontou a corrupção como responsável pelos problemas de atendimento à população. “Lá fora, a dor e a tristeza estão estampadas nos rostos de quem, muitas vezes, está por um fiapo de vida. Lá dentro, entre quatro paredes, o deboche de quem parece não ter mais nem mesmo um fiapo de ética e de humanidade”, ressaltou o senador da República.
“É preciso ressuscitar a capacidade de indignação do povo brasileiro”, observou o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), ao pedir aos colegas senadores que apoiem a criação de uma comissão parlamentar mista de inquérito para investigar desvios de recursos na saúde pública.
Na opinião do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), saúde não é apenas uma questão social, mas uma questão ética.
“Dependendo da sua renda, você pode ter uma vida mais longa ou uma vida mais curta. Essa imoralidade não pode continuar”, disse, ao também incluir a educação como uma questão ética

Pastoral da Saúde quer incentivar participação nos conselhos de saúde

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A coordenadora da Pastoral da Saúde na arquidiocese de Maringá (PR), Helena Strabelli, apresentou um panorama das ações da Pastoral durante a reunião conjunta do clero realizada hoje, 8, no Centro de Formação Bom Pastor. A inclusão da temática na pauta da reunião foi motivada por causa da Campanha da Fraternidade 2012, cujo foco é a saúde pública.
Strabelli comentou que todas as paróquias têm a atuação da pastoral, que muitas vezes são ações isoladas. “O objetivo é que os integrantes da pastoral não apenas visitem os doentes. É claro que isso é importante, mas se ficar apenas nessa dimensão se torna pastoral da doença. Nós queremos avançar na área educativa, na prevenção e principalmente incentivar as pessoas a participarem nos conselhos de saúde”, disse.
Os padres partilharam experiências da pastoral nas paróquias e muitos foram unânimes concordando com a importância dos paroquianos estarem nos conselhos municipais e locais. “Queremos discutir políticas públicas para a saúde e não políticas de governo”, destacou Helena Strabelli.
O objetivo é que a Pastoral da Saúde se difunda sobre todas as 55 paróquias da arquidiocese de Maringá.


"Nos chamaste para caminhar na vida contigo"



"decidimos para sempre seguir-te e não voltar atrás."

É com esse chamado que nos deparamos diariamente e é para ele que voltamos todas as nossas ações. Uma
vez chamados a caminhar, sempre seremos lembrados o quão é forte o nosso instrumento para atingir a todas as pessoas a conhecerem esse Cristo que conhecemos e compartilhar diariamente as alegrias do seu plano de amor.

O Movimento de Cursilho além de seguir-te e não voltar atrás, tem esse grande objetivo, evangelizar os ambientes. Fortalecidos no tripé, estudo, oração e ação, esse é um espaço para que todos possamos compartilhar as vivências e ações e evangelizar mais um ambiente com ajuda da tecnologia e da internet.

Cristo conta com todos vocês!
Esse é o nosso espaço!
Sejam bem-vindos!
www.nivaldojovem.blogspot.com

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A IMPORTÂNCIA DA FAMILIA NA SOCIEDADE E NA IGREJA

A família sofre com as amplas, profundas e rápidas transformações da sociedade e da cultura. Sabemos que muitas famílias permanecem fiéis aos valores fundamentais da instituição familiar. Outras estão meio perdidas frente a seus deveres, duvidosas e quase esquecidas do significado último e da verdade da vida conjugal e familiar. Outras, infelizmente, estão impedidas por variadas situações de injustiça de realizarem os seus direitos fundamentais.
Consciente de que o matrimônio e a família constituem um dos bens mais preciosos da humanidade, a Igreja Católica oferece sua ajuda sustentando os que permanecem fiéis, iluminando os indecisos e ajudando os que estão impedidos.
A Conferência de Aparecida assinalou que a promoção da família é uma das prioridades na missão evangelizadora da Igreja na América Latina. Destaca o conceito de que a família deve ser “um dos eixos transversais de toda ação evangelizadora da Igreja”. Temos que deixar de considerar a família como um objetivo da ação pastoral e começar a vê-la como agente da ação evangelizadora da Igreja.
A família é um dom cuja vigência enriquece a realidade do continente. E mais: “a família é o valor mais querido por nossos povos”.
Como não alegrar-se ao descobrir que a Boa Nova de Jesus tem uma concreção particular na família! Os bispos latino-americanos falam da ‘Boa-Nova da família’. A família é “um dos tesouros mais importantes dos povos latino-americanos e caribenhos”.
O Documento de Aparecida ressaltou que a família, respondendo a seu ser e à sua missão, é um poderoso instrumento de transformação social e eclesiástica.
O valor do sacramento do matrimônio entre um homem e uma mulher está na base da família. A união entre um homem e uma mulher é sinal do amor de Deus pela humanidade e da entrega de Cristo por sua esposa, a Igreja.
A origem da realidade familiar que está na mesma Trindade. “A família é imagem de Deus que em seu mistério mais íntimo não é uma solidão, mas uma família”, Pai, Filho e Espírito Santo. “Na comunhão de amor das Três Pessoas divinas, nossas famílias têm sua origem, seu modelo perfeito, sua motivação mais bela e seu último destino”.
O Documento de Aparecida faz uma chamada de atenção contundente sobre a defesa pública dos valores mais íntimos da família, conclamando de modo enérgico os legisladores, governantes e profissionais da saúde a defende-la e protegê-la dos crimes que são cometidos contra ela.
As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, edição 2008-2010, especificam as ações concretas para a nossa realidade brasileira.
A família é lugar e escola de comunhão, pequena Igreja doméstica e primeiro local para a iniciação cristã das crianças.
É preciso ver a beleza do amor humano vivido como dom sincero de si para o bem do outro. A família deve ser reconhecida e vivida não somente como lugar de sacrifício, mas de realização humana.
Os pais são os primeiros catequistas. A vivência da espiritualidade conjugal e familiar se dá pela oração em família, na participação dominical da missa da família inteira e na dedicação aos serviços pastorais da comunidade.
Transformações profundas afetaram o jeito de ser família, sua compreensão e valorização. Existe a imposição de uma mentalidade anti-vida. Diminuem os nascimentos e as vocações. A sociedade brasileira envelhece rapidamente. A violência elimina de modo especial e em maior número, os jovens.
Faz-se necessária uma profunda e séria preparação ao matrimônio.
Casais em segunda-união e seus filhos sejam acolhidos, acompanhados e incentivados a participar da vida da Igreja.
E preciso cobrar políticas públicas em prol da família, de modo especial, deve-se tomar iniciativas de solidariedade em relação a pessoas, famílias e grupos atingidos pela miséria, fome e tantas formas de sofrimento.
Especial carinho devem receber as famílias marcadas pela violência, o alcoolismo, o machismo, o desemprego e principalmente as drogas, as balas perdidas, os assassinatos e os grupos de extermínio.
É de suma importância a presença do homem, do pai e sua missão na família, como também o direito que os filhos possuem de ter a presença do pai em casa.
A Igreja no Brasil olha com renovada esperança a realidade da família. Primeira escola das virtudes humanas, sociais e cristãs, ela é como laboratório do amor, portal da fé, lugar privilegiado para despertar, viver e fazer crescer as vocações e os carismas para a Igreja. A família é um dos pilares da primeira evangelização e da transmissão contínua da fé cristã em nossa terra brasileira.
A família é uma força de sustentação, uma instituição fundamental. Fortalecer a família é obter uma sociedade mais justa, humana e cristã.
A Semana da Família que está acontecendo em todo o Brasil tem o objetivo de defender os valores da família e sustentá-la contra os ataques que ela sofre.
Peço à Sagrada Família de Nazaré que abençoe as famílias e nos ajude no propósito de defendê-las e apoiá-las com todos meios que temos à nossa disposição.

Dom Mauro Montagnoli
Bispo Diocesano de Ilhéus

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Dom Eduardo pode ser o 1º santo de Ilhéus

  Dom Frei Eduardo José Herberhold, o segundo bispo da Diocese da Diocese de Ilhéus, poderá se tornar o primeiro santo da cidade. Para isso fiéis, devotos, admiradores e representantes da Igreja Católica já se movimentam para buscar a canonização de Dom Eduardo. O primeiro passo será o reconhecimento de Dom Eduardo como servo de Deus. A partir daí começa o processo de beatificação, com a confirmação de milagres realizados pelo bispo.


            Se todos esses processos forem concluídos, com a confirmação dos milagres, Dom Eduard, cujos restos mortais estão enterrados na Catedral de São Sebastião, poderá ser o primeiro santo de Ilhéus. Fiéis já se movimentam para coletar documentos e depoimentos de pessoas que dizem ter recebido graças e milagres feitos através da fé em Dom Eduardo. O bispo comandou a Diocese de Ilhéus de 1931 a 1939 e foi o responsável pelo início das obras da Catedral de São Sebastião.


            Eduardo José Herberhold nasceu na cidade de Lippstadt, província de Westfália, na Alemanha, no dia 28 de junho de 1872, sendo seus pais Henrique Herberhold e Teresa Utzel Herberhold. Com 16 anos de idade entrou para o seminário Diocesano, de Paderbom, na Alemanha, de onde saiu em maio de 1890 para fazer parte do Convento de Harreveld, na Holanda.


            Fez os votos simples em 10 de maio de 1891 e os solenes em 12 de maio de 1894. Neste ano veio para o Brasil. Quando chegou ao Brasil em dezembro de 1894, a sua vocação sacerdotal estava perfeitamente definida, sendo ordenado no dia 18 de agosto de 1895 por D. Manoel Santos Pereira, bispo do Recife. Cantou a primeira missa solene na capital pernambucana, na Igreja da 3º Ordem de São Francisco, no dia 17 de setembro de 1895, dia da festa de São Francisco das Chagas, Padroeiro da Igreja da mesma Ordem.


            Foi sagrado bispo de Hermópolis Magma e prelado coadjutor de Santarém, Pará, no dia 06 de maio de 1928, na Igreja do Convento de São Francisco da Bahia, sendo sagrante o arcebispo D. Augusto Álvaro da Silva, primaz do Brasil, e consagrantes D. Frei Amando Bahlmann, bispo de Argos e Prelado de Santarém, e D. Frei Basílio Olimpio Pereira, bispo de Manaus.


            Mas foi preconizado bispo de Ilhéus, por ordem da Santa Sé, no dia 30 de janeiro de 1931, e no mesmo ano, no dia 22 de março, chegou à cidade. D. Eduardo substituiu, na Diocese de Ilhéus, o Bispo D. Manoel Antônio de Paiva que em 1930, por motivos de saúde, fora transferido para Garanhuns. Faleceu em Salvador, no dia 24 de julho de 1939, às 17h40min, aos 67 anos de idade, no Palácio do Campo Grande. D. Eduardo tinha um irmão que vivia com ele em Ilhéus, o Frei Sigsbert Herberhold


RELANÇAMENTO  DO MOVIMENTO DE CURSILHOS DE CRISTANDADE .MCC

Na verdade, toda iniciativa para que se possa melhorar ou fazer renascer de forma mais ousada e brilhante, qualquer Movimento ou qualquer Instituição, o Preço, às vezes, e alto: críticas meio acirradas, certas paráfrases, algumas anedotas, um pouco de descaso e de descrença e vai mais adiante. Certamente, quem assim procede, ou não tem conhecimento do objetivo do seu Grupo ou do seu Movimento, ou se dele participa, não coloca seu fervor e seu ardor.

Para que a gente participe com entusiasmo e com garra, na Igreja, de qualquer Movimento ou Grupo Pastoral o conhecimento dos seus objetivos, dos seus métodos de trabalho, de suas iniciativas, dos seus projetos deve ser conhecido por quem dele(s) é participante. O que não vale é a "gente ter entusiasmo pelo nossos Grupos ou Movimentos, pelo prazer, apenas e tão somente de "momentos festivos ou de procedimentos imediatos.

O relançamento do Cursilho, a partir do ano passado e com seu prosseguimento, neste ano, como o ano do Julgar a caminhada do Movimento, deve ter de nossa parte, de quem dele e seguidor e animador, um grande empenho.

Relançar o Cursilho, ao meu ver, é dar a ele "não uma roupagem exótica, excêntrica, mas um roupagem com brilhantismo missionário, idealizador, altruísta, sem ser sensacionalista, para que o Cursilho continue sendo este "grande instrumento de Evangelização" ou nas pequenas Comunidades, nos médos centros ou nos grandes Aerópagos." Deve ser um instrumento que faça vigorar e se estabelecer o projeto de Jesus, como "caminho, verdade e vida."

O relançamento do Cursilho quer nos oferecer pistas para que ele continue fazendo vibrar os corações em festa, por conta do Ressuscitado, sem perder de vista os seus objetivos. A festa acontece quando a gente "não se deixa ficar em "momentos" mas que deles se possa utilizar para fazer ver o grande imperativo evangélico "Ide por todo mundo e pregai a Boa Nova a toda criatura."

Cristãos novos, também os que fizeram o Cursilho valem na medida em que se responsabilizam por ele e nele venham a fazer o grande itinerário da Igreja que não é mais do que itinerário de Jesus e dos seus seguidores.

Aí, valem: ENTUSIASMO, ARDOR MISSIONÁRIO, OUSADIA, INTREPIDEZ, VONTADE DE CAMINHAR, DEDICAÇÃO, ENSEJAMENTO DE OPORTUNIDADES PARA OUTROS, ETC.

A Igreja e, portanto, os seus Movimentos e as suas pastorais têm necessidade de homens e de mulheres "ousados, destemidos" que ponham pra frente o grande anúncio da Boa Nova, "ontem, hoje e sempre"!

Esperamos, portanto, que todos os Membros do Cursilho, dirigentes e dirigidos sejam unânimes em proclamar "que Jesus é o Senhor" e que precisamos por "panos novos em roupas que já estão um pouco usadas!". Não é necessário jogar fora o "que já fora usado; é necessário, sim, que "o que foi usado possam ser reaproveitado" para "que sejam feitas novas coisas" e que "novos céus e nova terra tenham os habitantes que os souberam construir.

Papa no Corpus Domini: Eucaristia é força para os débeis


o Papa Francisco presidiu à Missa da Solenidade do Corpo de Deus celebrada no adro da Basílica de S. João de Latrão. Na sua homilia, o Santo Padre introduziu, desde logo, o verbo desagregar:
“Desagregamo-nos quando não somos dóceis à Palavra do Senhor, quando não vivemos a fraternidade entre nós, quando competimos para ocupar os primeiros lugares, quando não encontramos a coragem de testemunhar a caridade, quando não somos capazes de oferecer esperança. Assim desagregamo-nos”.
Segundo o Santo Padre “a Eucaristia permite-nos que não nos separemos, pois é o vínculo da comunhão, é o cumprimento da Aliança sinal vivo do amor de Cristo que se humilhou e aniquilou, para que permanecêssemos unidos.” Desta forma, Cristo quer que sejamos comunhão com os pobres e os fracos:
“O Cristo presente no meio de nós, no sinal do pão e do vinho, exige que a força do amor supere toda a laceração e, ao mesmo tempo, torne-se comunhão com o pobre, apoio para o fraco, atenção fraterna aos que se esforçam carregando o peso da vida quotidiana e estão em perigo de perder a fé”.
“E o que significa hoje para nós “padecermos”, ou seja,  diminuir a nossa dignidade cristã? “ – perguntou o Papa que respondeu logo de seguida:
“Significa deixarmo-nos atingir pelas idolatrias do nosso tempo: o aparecer, o consumir, o eu no centro de tudo; mas também ser competitivos, a arrogância como comportamento vencedor, o não dever nunca admitir ter errado ou ter necessidades. Tudo isto nos abate, nos torna cristãos medíocres, mornos, insípidos, pagãos”.
O Papa Francisco continuou a sua reflexão afirmando que “Jesus derramou o seu sangue como preço e como batismo, para que fôssemos purificados de todos os pecados”. Se bebermos dessa fonte, acrescentou, “o Sangue de Cristo nos libertará dos nossos pecados e restituirá a nossa dignidade”. E sublinhou que a Eucaristia não é um prémio para os bons mas força para os débeis:
“ Assim aprendemos que a Eucaristia não é um prémio para os bons, mas é a força para os débeis, para os pecadores, o perdão e o viático que nos ajuda a andar e a caminhar.”
O Santo Padre concluiu a sua homilia lembrando os cristãos oprimidos e perseguidos, pedindo para nos sentirmos “em comunhão com os nossos irmãos e irmãs que não têm a liberdade de expressar a sua fé no Senhor Jesus. Sintamo-nos unidos a eles: cantemos com eles, louvemos com eles, adoremos com eles. E veneremos no nosso coração aqueles irmãos e irmãs aos quais foi pedido o sacrifício da vida pela fidelidade a Cristo: o seu sangue, unido ao do Senhor, seja penhor de paz e de reconciliação pelo mundo inteiro.
Após a Eucaristia seguiu-se a Adoração do Santíssimo Sacramento e a procissão que percorreu a Via Merulana até à Praça de Santa Maria Maior onde foi dada a bênção final. (RS)
(from Vatican Radio)

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