segunda-feira, 21 de maio de 2018

Papa pede aos bispos italianos redução do número de dioceses


O Papa Francisco abriu, no final da tarde desta segunda-feira (21/05), a 71ª Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI). Com o tema “Qual presença eclesial no atual contexto comunicativo”, os trabalhos da plenária prosseguirão até esta quinta-feira, 24 de maio.
Cidade do Vaticano
Se na região do Piemonte há poucas vocações e na Puglia há muitas, pensem numa partilha “fidei donum” dos sacerdotes. Administrem sempre de modo transparente os recursos das dioceses e se convidarem alguém para o jantar, usem o dinheiro de vocês, não da Igreja. Por fim, reduzam o número das dioceses, juntando as menores, como fazia Paulo VI em 1964.
Cultura do provisório e culto ao dinheiro
Essas foram as preocupações expostas pelo Papa Francisco aos bispos italianos, ao abrir, no final da tarde desta segunda-feira (21/05) na Sala Nova do Sínodo, no Vaticano, a 71ª Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI). Com o tema “Qual presença eclesial no atual contexto comunicativo”, os trabalhos da plenária prosseguirão até esta quinta-feira, 24 de maio.
Hemorragia de vocações, devido também ao testemunho morno
Sobre a hemorragia das vocações, num país de grande tradição como a Itália e em toda a Europa, o Santo Padre reiterou que este é “o fruto envenenado da cultura do provisório, do relativismo e do culto ao dinheiro”, que distancia os jovens da vocação, somando-se a isso os escândalos e o testemunho morno.
Partilha “fidei donum” de sacerdotes entre as dioceses
A proposta prática é a de uma mais concreta partilha “fidei donum” entre as dioceses italianas, que enriquece as dioceses que doam e as que recebem. No Piemonte, por exemplo, há uma grande aridez, e na Puglia, ao invés, há uma abundância de vocações. “Pensem numa criatividade bonita, vejamos se serão capazes disso”, exortou o Pontífice.
Pobreza evangélica e transparência
A segunda preocupação expressa por Francisco aos bispos italianos diz respeito à pobreza evangélica e à transparência. Para mim, como jesuíta, “a pobreza é sempre mãe e muro da vida apostólica, mãe porque a faz nascer e muro porque a protege.” Sem pobreza não há zelo apostólico, frisou.
Coerência dos pastores entre fé professada e fé vivida
“Quem crê não pode falar de pobreza e viver como um faraó”, observou. É escandaloso “administrar os bens da Igreja como se fossem bens pessoais”. E me faz mal ouvir que um eclesiástico deixou-se manipular administrando “os trocados da viúva”. É preciso regras claras e comuns, acrescentou.
Não convidem para o jantar com o dinheiro da diocese
“Conheço um de vocês que jamais convida alguém para o jantar utilizando o dinheiro da diocese, mas paga do próprio bolso. São pequenos gestos, mas são importantes”, contou o Papa. Tenho consciência e sou reconhecedor de “que na CEI se fez muito no âmbito da pobreza e da transparência, mas se pode fazer mais ainda”, acrescentou Francisco.
Dioceses maiores e em menor número; aspecto funcional
Por fim, sobre a redução e anexação das dioceses, “não é fácil, mas há dioceses que podem ser anexadas”, reconheceu o Pontífice. Já acenei isso em 23 de maio de 2013. Trata-se de “uma exigência pastoral estudada reiteradas vezes. Paulo VI em 1964, e depois em 1966, pediu a fusão de várias dioceses”, para criar circunscrições com territórios, habitantes, clero e obras suficientes para uma organização diocesana verdadeiramente funcional.
Concluir projeto de reforma solicitado pela Congregação para os Bispos
“Em 2016 a Congregação para os Bispos pediu às Conferências episcopais regionais que enviassem um projeto de reforma. É um projeto amadurecido e atual. É chegado a hora de concluí-lo o mais rápido possível!”
Agradeço a todos pela parresia (audácia, coragem, destemor, ndr) – foi o agradecimento final do Santo Padre. “Agora, a palavra a vocês bispos.” As portas da Sala do Sínodo se fecham para todos, menos para o Papa e os coirmãos bispos, concluiu Francisco.
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