terça-feira, 10 de janeiro de 2017
Inicio »
» Ser cristão em tempo de férias
Ser cristão em tempo de férias
Dom Murilo S.R. Krieger
As férias anuais são um direito dos trabalhadores. Atualmente, a preocupação de muitos deles não é nem com as férias, mas com o próprio trabalho, já que o desemprego tem sido uma ameaça constante, em toda a parte. Para quem, contudo, tem a possibilidade de usufruir de férias, só a ideia de viajar já é suficiente para alegrar o seu coração. É inato no ser humano o desejo de ir além dos horizontes diários. Em uma época em que os meios de comunicação trazem para dentro de nossas casas as maravilhas do mundo inteiro, torna-se irresistível o desejo de viajar, para conhecer outras pessoas, para admirar outras paisagens, ou para aventurar-se no desconhecido.
Cada final e começo de ano, o litoral baiano acolhe milhares e milhares de turistas. Quem para cá se dirige sonha com umas férias inesquecíveis. Contempla o mar, desejoso de ver o infinito; sobe montes, para ver amplos horizontes; busca a solidão, para ter companhia... Todos estão em busca da felicidade, do paraíso perdido e, mesmo sem saber, do próprio Deus.
As férias são uma excelente ocasião para um encontro com a natureza. As estrelas do céu, o sol que nasce, a planta com seu colorido, a areia da praia, o mar que é sempre diferente... tudo isso nos identifica com o coração do Salmista, que cantava: “Os céus proclamam a glória de Deus” (Sl 19).
Encontrar Deus, contudo, não é fácil. O mundo em que vivemos não oferece muito um lugar para ele. Construímos uma sociedade que acaba vivendo como se Deus não existisse. Cresce, por outro lado, uma insatisfação generalizada, uma expectativa não bem definida. Espera-se alguma coisa, mas não se sabe bem o quê, nem de que maneira ela virá. Nessa situação, sem perspectivas maiores, assume-se como filosofia de vida aquela vivida por alguns habitantes de Corinto, na época do apóstolo Paulo: “Comamos e bebamos porque amanhã morreremos” (1Cor 15,32).
Para que as férias sejam restauradoras, é preciso haver uma “alma”. Evite-se nelas, pois, tudo o que for desonesto e nocivo, e procure-se uma harmonia entre o descanso físico e as exigências espirituais.
Elas são uma excelente ocasião para o cultivo do silêncio. Não penso, aqui, na simples ausência de barulho, mas na capacidade de cada um escutar a si mesmo, aos outros e a Deus. Então, faremos nossa a descoberta feita por Santo Agostinho (séc. IV): “Tarde te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Estavas dentro de mim e eu estava fora, e aí te procurava... Estavas comigo e eu não estava contigo... Mas Tu me chamaste, clamaste e rompeste a minha surdez. Brilhaste, resplandeceste e curaste a minha cegueira.”
É tempo de férias. É tempo de um encontro especial conosco, com os outros, com a natureza e com Deus.
Postagens Relacionadas:
Padre Paulo Ricardo denuncia estratégia para legalizar o aborto no Brasil Em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos do Senado, acontecida ontem, 6 de Agosto, discutiu-se sobre a SUG Nº 15, de 16 de dezembro de 2014, cujo tema é: “Regular a interrupção voluntária da gravidez, d… Leia Mais
Serviço Sacerdotal Noturno de Urgência recebe mensagem do Papa Buenos Aires (RV) – O Papa Francisco enviou em 27 de julho uma carta a Manuel Martín Sjöberg, Presidente da Federação dos Serviços Sacerdotais de Urgência Noturnos, na Argentina, organização da qual fez parte o então Pad… Leia Mais
O que sabemos sobre as seitas? Entrevista com o psicólogo Álvaro Farias sobre o curso de “seitas, psicologia da religião, nova era e espiritualidades alternativas” que acontecerá no Uruguai no próximo mês de setembro A Rede Ibero-americana para o… Leia Mais
Bispos católicos da Terra Santa denunciam rabino extremista Bentzi Gopstein, líder do movimento extremista Lehava, apoiou em público o incêndio de locais de culto As declarações do rabino Bentzi Gopstein, líder do Lehava, um dos movimentos mais radicais da extrema-direita rel… Leia Mais
O Papa encoraja as obras de misericórdia a doentes e moribundos O próximo Jubileu extraordinário da misericórdia será “uma boa oportunidade para intensificar a colaboração entre os pastores e os leigos na missão de cuidar com afecto e assistir com ternura os doentes e moribundos”.… Leia Mais
0 comentários:
Postar um comentário