terça-feira, 1 de novembro de 2016
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Ecumenismo: Papa desafia católicos e luteranos a rejeitar resignação perante séculos de divisão
Lund, Suécia, 31 out 2016 (Ecclesia) - O Papa disse hoje na Suécia que católicos e luteranos devem “caminhar juntos pela senda da reconciliação” e rejeitar a resignação perante séculos de divisão, numa celebração que assinalou os 500 anos da reforma protestante.
“Não podemos resignar-nos com a divisão e o distanciamento que a separação gerou entre nós. Temos a possibilidade de reparar um momento crucial da nossa história, superando controvérsias e mal-entendidos que nos impediram frequentemente de nos compreendermos uns aos outros”, declarou Francisco, durante uma oração ecuménica na Catedral Luterana de Lund.
O Papa, que se tinha encontrado antes, em privado, com a família real sueca, foi acolhido na catedral pelo primaz da Igreja da Suécia, Antje Jackelén, e pelo bispo católico de Estocolmo, D. Anders Arborelius, sendo depois acompanhado por responsáveis da Federação Luterana Mundial (LWF, sigla em inglês).
No contexto da “comemoração comum da Reforma de 1517”, o pontífice argentino falou numa “nova oportunidade para acolher um percurso comum, que se foi configurando ao longo dos últimos cinquenta anos no diálogo ecuménico” oficial.
“É também um momento propício para dar graças a Deus pelo esforço de muitos irmãos nossos, de diferentes comunidades eclesiais, que não se resignaram com a divisão, mas mantiveram viva a esperança da reconciliação entre todos os que creem no único Senhor”, acrescentou.
O Papa convidou a reconhecer os erros e pedir perdão por eles, “com amor e honestidade”, deixando depois uma palavra de elogio par a “maior centralidade” que a Bíblia ganhou na vida da Igreja, após a reforma protestante.
A intervenção falou da “experiência espiritual” de Martinho Lutero para sublinhar que “Deus tem sempre a iniciativa e que precede qualquer resposta humana, inclusive no momento em que procura suscitar tal resposta”.
Francisco recordou ainda o 50.º aniversário do diálogo oficial entre a Igreja Católica e a Federação Luterana Mundial.
O principal documento destes 50 anos é a declaração conjunta sobre a Doutrina da Justificação (31 de outubro de 1999).
O Papa citou outro documento desta comissão, de 2013, e disse que um novo olhar sobre o passado não quer “fazer uma correção inviável do que aconteceu, mas contar essa história de maneira diferente”.
Antes de Francisco intervieram o secretário-geral da LWF, Martin Junge, e o cardeal Kurt Koch, presidente do Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos (Santa Sé), os quais lamentaram o mal que católicos e luteranos se fizeram, mutuamente, ao longo de séculos.
No final da oração ecuménica, o Papa despediu-se dos monarcas suecos, que acompanharam a celebração, seguindo depois para a Malmo, na companhia de Munib Yunan, presidente da LWF
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