sábado, 4 de março de 2017

Biomas brasileiros e defesa da vida - Cultivar e guardar a criação CF 2017





Biomas brasileiros e defesa da vida - Cultivar e guardar a criação
CF 2017


Desde o início da década de 1960, a Igreja no Brasil realiza a Campanha da Fraternidade trazendo ao debate das comunidades cristãs e da sociedade os grandes problemas que afetam a vida digna e a convivência das pessoas, para que o caminho de conversão quaresmal transforme a vida das pessoas e a sociedade.

O tema da Campanha da Fraternidade de 2017 traz, ainda uma vez, a questão ecológica da sustentabilidade e do cuidado com a natureza: “Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida”. “Cultivar e guardar a criação” – como nos lembra o lema – é o recado que recebemos do Criador. A Igreja se faz porta-voz da terra, a nossa “casa comum”, que “clama contra o mal que lhe provocamos, por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos pensando que éramos seus proprietário e dominadores, autorizados a saqueá-la” (Papa Francisco, Laudato si’, 1-2).

Deus, criando o céu e a terra viu que tudo era bom. Esta beleza pode ser contemplada nos principais biomas brasileiros, isto é, um conjunto de ecossistemas, vegetal e animal, que tem diversidade biológica própria. “Assim, um bioma é formado por todos os seres vivos de uma determinada região, cuja vegetação é similar e contínua, cujo clima é mais ou menos uniforme, e cuja formação tem uma história comum” (Texto-Base da CF, 5).

No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Ministério do Meio Ambiente (MMA), existem seis tipos de biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. Infelizmente, os biomas, berços da diversidade da vida, vão sendo transformados e destruídos por causa de uma exploração descontrolada.

Diante desta realidade, precisamos nos perguntar: “qual destino estamos dando a tantas riquezas, e qual Brasil queremos deixar para as gerações futuras” (id., 6)?

Precisamos aprofundar o conhecimento de cada bioma, sua beleza, importância e significado para a vida no planeta; conhecer melhor os povos originários que neles habitam e reconhecer seus direitos; compreender o impacto das grandes concentrações populacionais sobre o bioma em que se insere; comprometer as autoridades públicas para que assumam suas responsabilidades na preservação do meio ambiente; construir um novo paradigma econômico ecológico que supere o modelo de desenvolvimento econômico atual e adote um modelo de desenvolvimento sustentável e integral.

Cuidar da obra saída das mãos de Deus deve ser um compromisso de todos nós. Todos gostam da natureza, mas poucos cuidam! Contemple a criação” e cuide dela como a uma “irmã”!


Dom Giovanni Crippa
Bispo de Estância
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